«Procurava a calma e a tranquilidade. Fui até à praia, junto ao molhe. A escuridão da noite era o refúgio perfeito para me esconder de tudo. Sentia o aroma salgado do mar ou das minhas lágrimas, e som das vagas embalava-me. As nuvens que cobriam o céu escureciam ainda mais a noite. De repente uma luz, um brilho mais forte que me despertou. No céu surgia a lua, brilhante, forte. No mar reflectia a sua luz. De repente esqueci porque estava ali e só conseguia olhar para a lua e para a sua luz no mar. Não sei se foram apenas as ondas, talvez tenha sido apenas uma ilusão de óptica mas juro que vi do mar erguer-se uma mulher. Poderia ter sido apenas o reflexo da lua nas ondas do mar. Mas o que deve ter sido apenas um instante prolongou-se em mim como uma foto capturada naquela noite. Aquele frame temporal é ainda agora a menina do mar, filha da lua e do mar, que me desperta a cada noite escura de angústia»